ESTAMOS POSTANDO AQUI, PELA 1ª VEZ, A ENTREVÍSTA COMPLETA "SEM" EDIÇÕES!!
DEVIDO AOS ESPAÇOS, ANUNCIOS E OUTRAS MATÉRIAS, A GP TEM ALGUMAS PARTES DE SUAS ENTREVÍSTAS EDITADAS. PRA QUEM JÁ CURTIU, PODERÁ ACOMPANHAR POR COMPLETO TODAS AS RESPOSTAS DO HARD NESTA ÓTIMA ENTREVÍSTA!
1.O seu primeiro contato com a guitarra se deu de forma inusitada. Fale sobre isso, e sobre a sua formação musical logo depois:
Quando mais novo eu queria ser jogador de futebol, atrás da minha casa tinha um campo e eu sempre pulava do telhado pra jogar com o pessoal sem ter que pagar! Um dia pulei pra treinar e encontrei uma guitarra num bag, não tinha ninguém lá. Era só o corpo da guitarra, me parecia uma fender jaguar! Eu nem sabía quantas cordas uma guitarra tinha mas levei-a comigo, ficava lixando aquele corpo e ouvindo AC/DC direto! Minha mãe vendo que eu não parava de lixar aquilo e influenciada por minha irmã que gostava mais de rock que eu, comprou uma Giannini Les Paul...mas eu queria mesmo uma mobilete...rs!!! Quando vi Eddie Van Halen usando uma guitarra quadrada, não tive duvidas, peguei um serrote e deixei a guitarra “igualzinha” a dele, rs! Começei a estudar com Fernando Piu com quem conheci a parte mais lúdica do instrumento! Depois fui ter aulas com Edu Ardanuy, com 1 ano ele me mandou embora pra casa, me deu todas as apostilas e disse; - "Vai Alemão, leva tudo!" Com ele aprendi o lado técnico do instrumento, o resto aprendi na rua!
2.Como se deu o reencontro dos integrantes da antiga banda e, agora, o recomeço com o Madgator?
Já não pensava mais em um trabalho autoral, achava muito desgastante usar o esforço que eu deveria usar pra tocar, para conseguir coisas que na minha opinião devem acontecer e vir naturalmente quando se faz um bom trabalho. Eu trabalhava na mesma escola onde o Andrés ( vocal da Madgator ) dava aulas de canto e começamos a sonhar com essa volta quando Johnny (baterista) propôs recomeçarmos com o “time” original! Não estudei 10 horas por dia e passei por tantas coisas difíceis para deixar meus sonhos de lado tão fácil!
Formamos uma família, como nos velhos tempos, porque nunca existiu vaidades entre nós, isso é muito difícil, vivemos tão próximos e dividimos nossas vidas inteiras mais do que irmãos!
3.Quantas canções novas farão parte do CD? Houveram novas roupagens para as canções antigas?
Dentro das 15 faixas do cd, 4 são da década de 90. Sim, elas ganharam uma roupagem nova, bases de solo, refrões, pontes... Não por estarem datadas, mas porque hoje temos maturidade e conhecimento para levar nossa musica a um lugar melhor. Fazemos um som hibrido! É rock, mas com várias vertentes, como na década de 70 faziam as bandas Led Zeppelin, Queen ou Deep Purple, abrangendo nos seus álbuns muito mais que o rock. Não nos prendemos a nada! A musica “Hypnotize her” é basicamente composta por frases! Existem 2 sons com influências eruditas nos solos e a musica “Yellow Stone” que fiz em homenagem a Yngwie Malmsteen. Aprendi muito tocando esse estilo e sempre respeitarei isso! Gravei alguns vídeos o que me levou a tocar com Tim Ripper (atual vocal do Yngwie Malmsteen, ex-Judas Priest). Mas o cd apresenta muito mais que ísso, desde musica brasileira, blues, musica caribenha, nordestina e até indígena, sem limites ou rótulos comerciais que são colocados sobre as bandas para poder vender mais...ou menos rs!
4.Quais são os seus equipamentos?guitarras, amps e efeitos.
Eu uso uma Fender Stratocaster que foi totalmente “tunada” na Music Maker pelo luthier Ivan de Freitas! Nós fechamos um projeto, E ele fará um modelo exclusivo meu, a “HRD Madgator”, que será apresentada na Expo 2009. Quanto aos amplificadores, uso nos ensaios um Phelpa 1965 preparado pela Handmade , ele tem equalizadores onde todas passagens numéricas tem uma resposta real! Ao vivo ainda não tenho um set fechado porém, desde o show que abrimos para Richie Kotzen, tenho o apoio da SNAKE usando o cabeçote KS-120 e caixas GT-four ( 4 falantes de 12''). Combinado com pedais, em especial o Drive Organic da Landscape, tenho um resultado excelente!
5.Como foram gravadas as guitarras neste disco?
Da forma mais simples e pura possível! Usei minha Fender como guitarra principal, somando em algumas musicas mais pesadas uma Gibson Les Paul emprestada pelo meu amigo e aluno Flavio Capezutto. Uma cabeça 5150 ligada no return, anulando todos paramétricos, regulando a sonoridade nos dois pedais que usei, o Organic Drive Landscape (presente que ganhei do Juninho Afram) e um overdrive MXR Zakk. Só! E eu na guitarra...rs! Ah, a caixa foi uma Marshall, do Edu Ardanuy...acho que ele nem sabe...rs!!
6.O seu estilo é marcado pelo uso de quais escalas e acordes, em geral?
Eu trabalho com todas as sonoridades assim posso compor livremente e usar o que quiser para compor meu estilo dentro de uma composição. No blues, busco a raiz do som usando uma escala pentatônica porem, podem rolar nuances de outra sonoridade dentro do campo harmônico melódico gerando alguns cromatismos encontrados no jazz. Inclusive, no solo da musica “Mr. Frankenstein” tem um fraseado no solo com essas características!
7.Que fatos marcantes você poderia contar sobre o começo da banda, ainda na época do Alligator?
Alguns bem interessantes! Cada ensaio eu usava uma guitarra diferente! É, eu não tinha guitarra, quebrei varias, sem querer rs...cheguei a usar uma semi-acustica num ensaio! Uma vez cortei o dedo num show com uma guitarra emprestada, era só sangue que voava! Lembro também de quando nosso cantor o Andrés, motivado por nosso roadie, subiu uns 5 metros de P.A., e isso sobre um palco de uns 3 metros e pulou de lá de cima! Quando cheguei pra frente pra ver, tinham uns 10 no chão tão arrebentados quanto ele...rs!!!
8.O que você fez durante o período em que a banda se separou?
Procurei outros estilos fora do rock, toquei country, MPB, bandas cover de classic rock. Montei um tributo ao Jimi Hendrix no qual eu também cantava e fiz alguns shows de blues e releituras de jazz para guitarra interpretando, Miles Davis, Charlie Parker e Nico Assumpção, improvisando livremente, redescobrindo formas de tocar e sem me considerar especialista nessa área. Dei muitas aulas também!
9.Sua grande experiência como músico, dando aulas, e tocando outros projetos, influenciou na sua abordagem do instrumento atualmente?
Já dou aulas a mais de 15 anos e encontrei de tudo nesse caminho! Alunos que vinham somente pra passar o tempo, outros muito dedicados e outros tantos muito apaixonados pelo instrumento. Descobri com o tempo que cada um possui uma essência individual e fazer com que eles reconhecessem o que já possuíam naturalmente de melhor, desenvolvendo uma personalidade própria, faria deles melhores guitarristas. Muitos deles chegaram a um nível muito alto, grandes talentos que hoje são nomes muito respeitados no mercado nacional como, Demian Tiguez, Alexandre Spiga, Igor Debruym, Rodrigo Arjonas, Paulo frade, dei algumas aulas para Juninho Afram e tantos outros caras que tive o prazer de receber em minha casa. Não poderia deixar de mencionar Rafael Pio e André Pellegrini, grandes amigos que ficavam horas fazendo Jam-sessions comigo!
Meu estilo é um reflexo de tudo isso! Mas te digo, com certeza o blues é o que me levou a uma maior sintonia entre minha emoção e o instrumento. Criei um modo “Bandslides” que considero meu estilo original e pessoal, que já está no cd Madgator!
10.O Madgator participou do festival Wacken Battle. Conte detalhes sobre isso, e como foi o processo de seleção?
Quem nos incentivou foi Heros Trench do estúdio Mr.Som onde estamos finalizando nosso cd! Conhecíamos o Wacken Battle mas sabíamos até pelos resultados das outras edições, que o festival tem como principais vertentes as bandas de trash, metal, industrial e outros segmentos ainda mais pesados. Mandamos nosso material um dia antes do prazo final, as músicas forma mixadas no mesmo dia e não achei que estaríamos entre as bandas escolhidas! Temos um pouco de metal em nosso estilo mas mostramos que ainda é possível fazer rock e bem tocado diferente da forma saturada e previsível que está aí no mercado. Mas não é fácil para algumas pessoas aceitarem, fiquei decepcionado com a produção organização o que já era previsível...mas sempre esperamos que alguma coisa evolua. Quem estava lá realmente se surpreendeu, isso foi importante! Como foi importante ver algumas bandas pensando de forma mais integrada. Somando forças com outros músicos e bandas que realmente fazem um bom som, será mais facil criarmos uma corrente nova e mais forte para levarmos nossa musica a cada vez mais pessoas!
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